Uma trilha cheia de histórias

10:40 | 16 de Aug de 2024 Por Daniel Oiticica
Uma trilha cheia de histórias

Uma aula de biologia, de geografia, de história e de respeito ao meio ambiente. A Trilha da Barriguda, na Fazenda Magé, em Quixadá, é experiência única de conhecimento sobre a caatinga, bioma existente apenas no Nordeste Brasileiro e em Minas Gerais. Mais um dia de Caravana, mais um dia de descobertas.

A vegetação típica com cactos e as outras muitas espécies adaptadas às condições da aridez da região varia de cor conforme a estação do ano e o clima. Entre o verde dos tempos de chuva ou o branco do período de seca, a mata abraça a maior atração das terras de Menésio Bezerra de Holanda: a Pedra do Magé.

Na formação rochosa, um túnel leva à clareira onde está a Barriguda (Chorisia glaziovii), árvore centenária que compõe com a pedra uma escultura singular visível a quilômetros.

Cearense de Quixadá e do mundo, Menésio morou na Alemanha por nove anos e, no país europeu, descobriu o valor do turismo ecológico. Quando retornou à Fazenda, organizou a Trilha da Barriguda. O passeio, de cerca de 30 minutos, tem uma série de atrações.

Circundando a pedra símbolo da fazenda e a Barriguda, chega-se ao alpendre de pedra, onde o turista encontra mesas e bancos. No passado, a mobília de pedra foi parte de um restaurante. O projeto foi interrompido a favor da natureza. “Decidimos fechar o restaurante porque o meio ambiente estava sendo prejudicado", conta.

As mesas e os bancos servem para um lanche e aquele descanso necessário. Prepara o fôlego para um cenário que surpreende a retina. O açude da Fazenda Magé é lindo. Tão lindo quanto a lagoa de mesmo nome onde é possível observar a vida da caatinga. A mata possui pequenos animais. Aconselha-se o uso de repelente e caminhar em grupo, seguindo a orientação do guia.

A fazenda também é cercada de história e de lendas. A origem da ossada encontrada na fazenda por um caçador de mocó tem duas versões.

Uma afirma que seriam restos mortais de indígenas, derrotados em conflito entre tribos. Menésio conta que pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro chegaram a coletar ossos de uma mão para análise.

“Não tivemos mais informação sobre. Deve ter se perdido no incêndio do museu em 2018”, arrisca. Outra explicação é a de que as ossadas seriam de retirantes e viajantes vindos do Cariri com destino a Fortaleza, mortos por proprietários de terras, e esquecidos pelo Estado.

A trilha pode ser agendada diretamente com o proprietário da Fazenda Magé, Menésio Bezerra Holanda , no telefone (88) 993444732